Se ser mãe é padecer no paraíso, ser mãe de atleta é ir um pouco mais além. No Torneio Centro-Oeste de Natação muitos pais vieram acompanhar os nadadores e não se importaram com a distância.
Kátia Viçosa é ex- atleta de natação e já conhecia Campo Grande por ter vindo à cidade para competir quando era adolescente. Mãe de Luna Viçosa, da equipe AABB de Brasília, ela viu a filha deixar a ginástica artística e apaixonar-se pela natação.
Há dois anos ela treina natação e começou a competir recentemente no estilo borboleta. Apesar de ser ex- atleta, Kátia diz que pouco influenciou na decisão da filha de trocar de esporte. “É uma escolha dela e ela decidiu que ia ser nadadora. Um pouco tarde, mas graças a Deus despontou algumas coisa e como eu já fui nadadora eu sei o quanto maravilhoso é esse esporte, como faz bem, é saudável e esse nado competitivo também, porque eu vivi isso e curto muito isso”, disse.
Como mãe da atleta visitou cidades como São Paulo, Natal, Espírito Santo, Santos, Belo Horizonte e Anápolis em competições como Jogos Escolares, Torneio Centro-Oeste e Campeonato Brasileiro. Para bancar tantas viagens é “paitrocínio” mesmo, pois muitas vezes teve que arcar com hospedagem e alimentação. O clube AABB Brasília ajuda pagando as passagens.
Maurícia Almeida veio ainda de mais longe. Percorreu 1.100km de Lucas do Rio Verde (MT) de ônibus para chegar a Campo Grande. Ela veio acompanhar a filha Thaís de 15 anos, integrante da equipe “Nós Podemos Nadar”. Foi a primeira longa viagem que fez para ver a atleta competindo. Como a equipe faz parte de um projeto mantido pela Secretaria Municipal de Educação, ela conseguiu recursos para custear as despesas da viagem. “Graças a Deus em Lucas, os empresários entendem a necessidade essa necessidade, eles ajudam muito, a prefeitura colabora muito também então nessa questão não fica tão pesada, mas a gente tem que correr um pouquinho atrás”, comenta.
Thaís nadou a prova de 200m borboleta e conseguiu o pódio. Ninguém na família pratica natação e por ser a única, Maurícia não deixa as emoções de lado na hora da torcida. “O coração fica a mil, às vezes o professor fica olhando ela e me cuidando porque o meu coração parece que vai sair, eu não sei da onde ela tirou essa vocação. Quando o pai vem também quer entrar na piscina junto com ela. Não sei da onde ela tirou isso e ela falou ‘mãe, eu quero fazer e veio’, se jogou, veio de cabeça. O tempo todo o coração a mil, a gente tá lá junto com ela, vive cada momento junto com ela”, vibra a mãe coruja.